São tantos os motivos!
Olá, aqui é o Douglas, fundador da Landfor Design Studio. Antes de te contar por que resolvi voltar de New York, preciso te dar um pouco de contexto:
Em 2015 eu era um cara casado há mais ou menos um ano e meu companheiro teve a oportunidade de estudar em New York. Claro que eu o acompanhei. Mas fui com baixa expectativa, afinal, não considerava meu inglês tão forte pra trabalhar na área e ainda por cima eu confiava pouco na minha capacidade em trabalhar em uma agência, já que no Brasil eu trabalhei in house, ou seja, no departamento de marketing interno de cada empresa.
Quem me conhece sabe que eu sou um cara super família. Sinto falta real das pessoas que eu amo. Além disso, qualidade de vida (levando em consideração aqui conforto físico e psicológico) sempre foram muito importantes pra mim. Mesmo assim, eu fiquei por lá até metade de 2017. Ok, chega de contexto e vamos aos motivos!
ATENÇÃO: Viver em Nova Iorque é ótimo por vários aspectos, mas estamos falando aqui sobre o que me fez querer voltar ok? No fundo, esses motivos pesaram demais.
Viver fora não é brincadeira
Tive a sorte de ir pra lá com meu companheiro, mas ao mesmo tempo em que isso é reconfortante acredito que impede que a pessoa se integre ao meio, e que fale o idioma inglês o dia todo, o tempo todo. Quando você não tem com quem conversar acaba sendo obrigado a procurar amigos locais. Aliás, é muito difícil fazer amizade com novaiorquinos, que são inclusive raridade por lá: a maioria das pessoas veio de fora.
Acho importante comentar um detalhe. Parte vital para uma relação duradoura, seja um casamento, uma amizade ou até mesmo a relação entre pai e filhos ou irmãos precisa de papéis bem definidos. Quando se mora fora com alguém essa pessoa assume papéis (atribuímos mesmo sem querer) e não deveríamos fazer isso. Cônjuge não deve cumprir ou substituir nenhum outro papel , e quando essa é a única pessoa com a qual você tem contato, isso pode ser um problema pra ambos.
Custo de vida
O custo de vida é elevado e a cidade é suja e barulhenta, lembro de pagar 1800 dólares por mês na época por um quarto! Tive que dividir apartamento com mais 5 pessoas e depois com 3 (sendo dois deles chineses - mais uma dúzia de choques culturais pra soma).
Cidade suja e opressora
Acho mais possível viver em New Jersey, por exemplo, e ter alguma qualidade de vida. Mas esse não era meu caso. Eu vivia na altura da 148th Street (pra você ter uma ideia o Central Park vai da 59th Street à 111th Street), ou seja, eu morava MUITO uptown.
Ok, eu ganhava o suficiente para ignorar tudo isso, mas, como dizem, dinheiro não é a mesma coisa que felicidade - você precisa saber onde ele aplica-lo para te trazer momentos de felicidade.
Sou de Curitiba-PR e não tenho o costume de viver entre arranha-céus e isso é bom por um tempo, porque no tempo em que vivi em NYC isso me colocava no meu lugar, garantiu que eu não me deslumbrasse demais com tudo aquilo, o que é muito fácil e compreensível de acontecer. Me manteve com os pés no chão. Mas a longo prazo isso te deprime. Duas horas de metrô debaixo da terra em um local sujo e quente, com ratos em todo o lugar oferece uma sensação cumulativa e chega um ponto em que não é fácil ignorar.
Cadê minha mãe?
Não era só a minha mãe que eu queria rs... Não dizem que um dos segredos da vida é saber de quem são os abraços de que você precisa? Esses eram da minha irmã, Regiane. Ela me criou nos meus 5 primeiros anos de vida porque minha mãe precisava trabalhar. E eu passei 2 anos sem vê-la pessoalmente. Dói só de lembrar. A saudade era generalizada, da família menor, da família maior (contando com primos, tios) e dos amigos que deixei aqui.
Sorte foi ter conhecido alguns estrangeiros e brasileiros por lá. Estes ajudaram a trazer um pouco de paz pro coração.
Visto
Eu fui com o visto J2, ou seja, acompanhante de bolsista. A agência na qual trabalhei, Dedica Group, no Brooklyn, já tinha contratado sua "cota" de brasileiros, pelo tamanho da agência. Como meu visto tinha previsão pra terminar, e o salário ali era muito bom, resolvi permanecer, até porque cabia no que eu podia oferecer sendo um iniciante em uma agência de Nova Iorque. Iniciei com um contrato de duas semanas e fui ficando. Quando completei 2 meses, me perguntaram se eu queria ficar. Foi assim que fiquei por lá durante dois anos! rsrs...
FOI ASSIM QUE DECIDI QUE O MELHOR MESMO ERA VOLTAR
E A SENSAÇÃO FOI MUITO LOUCA!
Deixe aqui seu comentário se você deseja que eu conte mais sobre a minha experência morando fora ou como foi a sensação de estar de volta e como me readaptei!
Obrigado por ler até aqui
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